terça-feira, 28 de abril de 2009

Avaliando sua Vida


Avaliando sua Vida


Se você encontrasse com um amigo que não vê há muito tempo o que contaria sobre sua vida? O que tem acontecido de significativo? Você teria para contar mais problemas, decepções, frustrações, enfim, faria muitas lamentações ou contaria muitas conquistas, crescimento, mudanças?

Ao pensar em sua vida, como a descreveria agora? Pense nisso... E daqui para frente, o que espera que aconteça? Como espera estar daqui a 5, 10 anos? E o que você está efetivamente fazendo para alcançar o que deseja? Se suas respostas foram baseadas em dúvidas, incertezas, inseguranças, sempre com pensamentos negativos, duvidando que seja capaz de conseguir algumas coisas que deseja, como espera conseguir mudar sua realidade?

O que está fazendo para mudar algumas situações que dependem exclusivamente de você? Ou você está aceitando tudo, conformado, pensando: “já que está tudo ruim mesmo, o que mais posso fazer?...” Saiba que é possível fazer muitas coisas para alcançar o que quer que deseje, desde que saiba o que quer, ou também poderá começar pelo que já sabe que não quer.

Ao olhar para trás deve ter muitas experiências ruins, que não deseja mais passar, mas que também trouxeram muitos aprendizados. O que aprendeu de significativo em sua trajetória de vida?

Algumas pessoas olham para o passado e conseguem perceber as lições, ainda que a custo de muito sofrimento, valorizam o aprendizado, pois conseguem aprender com a experiência passada; outras só se lamentam sobre o corrido, repetindo o mesmo padrão por anos, sem aprenderem absolutamente nada.

Essas se colocam no papel de vítimas, onde só conseguem se lamentar sem nada fazer para mudar. O que deixou de fazer há 3, 5, 10 anos atrás e que até hoje está sofrendo as conseqüências? Não terá sofrido o suficiente para perceber que algo diferente deve ser feito? Mas o quê fazer? Isso somente você poderá responder.

Quem sabe poderá começar pensando em ser mais flexível? Mais aberto às mudanças? Ou você sofre da síndrome de Gabriela, lembra-se? “eu nasci assim, eu fui sempre assim, vou morrer assim...” Você só consegue pensar que não há mais como mudar, afinal já se passaram tantos anos? Você já se sente “velho” para aprender? Nada disso! Velho é quem pára de aprender, não se atualiza, e hoje vivemos em constante processo de mudança, quando pensamos em algo, já mudou!

Enquanto continuar acreditando que as coisas devem ser feitas sempre da mesma maneira, possivelmente tudo continuará tendo o mesmo resultado. É preciso estar em constante aprendizado, aberto a mudanças, seja sobre o que for. Seja em relação ao trabalho, a educação dos filhos, fazer a comida, se relacionar, amar, enfim, tudo muda em fração de segundos e devemos acompanhar esse processo se desejarmos evoluir, crescer; do contrário encontraremos estagnação, e muitas vezes sofrimento.

Você pode começar analisando algumas situações e que na correria se esquece de dar uma paradinha para avaliar suas relações. Se hoje não tiver tempo, reflita sobre isso no final de semana, reserve uns minutinhos para reavaliar seus valores, sua maneira de conduzir seus problemas, afinal, estamos nos referindo a sua própria vida e não há nada mais importante do que isso. Responda a si mesmo as seguintes perguntas:

- O que tem feito por você?

- Tem dito “não” quando essa deve ser a resposta? Ou ainda continua sempre querendo agradar a todos, fazendo tudo por todos?

- Você se esquece constantemente de suas necessidades?

- Tem tido momentos de lazer, tem feito algo para se divertir? O que gosta de fazer e não faz há muito tempo?

- Há quanto tempo você não dá um sorriso, ou uma gostosa gargalhada?

- Como se sente em relação ao seu trabalho?

- E em relação a educação de seus filhos, caso os tenha?

- E como está sua relação com seus pais?

- E sua relação afetiva, sexual, como está?

- Tem sido rígido consigo mesmo e com os outros?

- Tenta manter o controle sobre tudo e todos? Quando na verdade não consegue ter controle nem sob suas emoções?

- Sente muito mais o abandono do outro do que o abandono que faz a si mesmo?

- Está em constante busca de aprovação e reconhecimento por se sentir sem valor?

- Está sempre se culpando do que acontece aos outros?

- Tem medo de perder a pessoa amada quando nem percebe que já se perdeu de si mesmo?

- Consegue identificar seus sentimentos ou está sempre em constante movimento para não entrar em contato com o que está dentro de você?

- Está constantemente se frustrando por criar muitas expectativas?

- Tem se sentido triste, constantemente irritado, sem energia?


Analise com calma todas essas questões e reavalie sua vida, suas relações. Procure responder a cada uma das questões acima, se possível, escreva suas reflexões. As dúvidas, os medos, mágoas, ressentimentos, culpa, frustrações, críticas, cobranças, são todos obstáculos ao crescimento. Transforme tudo isso.

Não, não há receita nem fórmula mágica, mas é certo que para as mudanças ocorrerem depende muito mais de você. Comece se observando mais, pensando sobre todas essas questões.

Cultive dentro de você a esperança, a fé, mesmo quando tudo parecer estar perdido. É a harmonia consigo mesmo e com aqueles com quem convive que lhe trará paz interior e preencherá seu vazio.

É o amor por si mesmo e o respeito por seus valores e sentimentos que o fará se sentir uma pessoa de valor. E isso com certeza ninguém poderá lhe dar, mas também ninguém poderá lhe tirar, é uma conquista absolutamente sua e que com certeza fará toda diferença em sua vida. Depois de todas essas reflexões e prováveis mudanças, talvez a história que irá contar quando encontrar um amigo seja bem diferente.

Rosemeire Zago é Psicóloga Clínica

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Vale a Pena a Vida Plena


Vale a Pena a Vida Plena

“A vida plena, é uma proposta de reestabelecimento íntimo da pessoa com sua essência. A pessoa permite a ela mesma uma introspecção em seu ser, cujo objetivo é de se conhecer com profundidade. É uma tentativa da pessoa se harmonizar consigo mesma, com o outro e com o mundo. A pessoa vai praticando no seu dia-a-dia ser ela mesma, despojando-se das máscaras. A “vida plena” é uma caminhada e não um passo.

Não se consegue imediatamente, mas, é um processo para a vida toda. Constantemente a pessoa vai se comunicando internamente, ouvindo-a com clareza: o que pensa; o que sente; o que faz; o que diz. Essa experiência ocorre em clima de liberdade e não de restrições. Uma pessoa no processo de “vida plena”, escolhe livremente o que deseja e também respeita as opções do outro. Não se reprime e nem é repressor do outro. Flui de forma prazeroso e feliz o seu jeito de ser. Nesse processo, vai tentando funcionar plenamente, evitando atitudes pré-estabelecidas.

Seu estado de ser é de abertura para o presente, para o aqui e o agora, e para o futuro também. Ela é espontânea, livre e respeita o jeito de ser do outro. Ela é criativa, comunicativa e construtiva. Ela acredita em si mesma, na capacidade de mudar as coisas, “sempre para melhor”, e acredita também nos outros.

Respeita a si mesma e ao outro, está satisfeita consigo mesma e está crescendo sempre. A vida Plena permite relação do Eu e do Tu num envolvimento autêntico construtivo e respeitoso. “A vida plena”, é uma auto comunicação, buscando no seu interior toda a riqueza de si mesmo. É uma transformação interna, onde o Eu verdadeiro é resgatado depois de um longo processo de repressão. Esse processo não é estático e sim dinâmico, permanente e progressivo.

Aos poucos, a pessoa vai destruindo seus mecanismos de defesa e vivendo suas experiências, com abertura. Na “vida plena”, a pessoa vai dissolvendo a estrutura psíquica pré-estabelecida (racionalismo defensivo), reformulando seus valores de vida e dando permissão para que seu Eu verdadeiro flua livremente, vivendo o aqui e o agora de uma forma totalizadora. Ela abandona as defensivas e deixa as coisas acontecerem, porque ela possui uma postura positiva e edificadora da vida. Posiciona-se de forma crítica, porém construtiva, através do diálogo, compreensão e aceitação do outro.

A Vida Plena é um viver constante e de bons resultados, lentos, porém sólidos e verdadeiros.“Vida Plena” não é uma conquista imediata, mas é um desafio cotidiano, onde, a todo momento o Eu é posto a prova. Por isso é preciso muita coragem nesse processo de abandono das máscaras, das atitudes controladoras, autoritárias e defensivas, a pessoa expõe o que de fato ela é em suas relações sociais e pessoais, e tudo pode acontecer, como: perdas, rejeições, conflitos, etc.

Em minha tentativa de quatro anos em pôr em prática a minha vida plena, tudo isto ocorreu, porém, o saldo é positivo, pois, as pessoas e coisas que ficaram são as verdadeiras. Ficaram as que gostam de mim como eu sou. Este resultado é maravilhoso, convivo com pessoas que eu tenho certeza que me curtem, que me amam e me aceitam sem restrições. Sinto-me muito gratificado e minha vida enriqueceu com estas pessoas maravilhosas em minha volta.

Gostaria de mencionar que, evidentemente não somos infalíveis, porém quando nosso organismo funciona de forma integral, temos mais oportunidades de viver e sentir o que desejamos, evitando emoções como: frustrações, depressões, etc. Compreendo que Vida Plena é o mesmo que deixar de ser uma mentira e passar a ser uma verdade. Essa ruptura do Eu falso para o Eu verdadeiro pode ser um processo difícil e até doído, mas quando conseguimos, nós renascemos, nós descobrimos um novo significado para a vida. Nós aprendemos a nos amar de verdade, amar o outro e o mundo.

A pessoa que consegue viver plenamente é uma apaixonada por si mesma e pela vida. Ela deixa de ser partes e transforma-se em uma pessoa inteira.”

(Autor Desconhecido)